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Como lidar com sócios em pequenas empresas de serviço

Ao longo da minha trajetória, participei de sociedades que deram certo e outras que rapidamente se desfizeram. Para quem empreende em pequenas empresas de serviços, o desafio diário vai muito além de conquistar clientes: negociar, dividir tarefas e resolver conflitos entre sócios é parte do cotidiano. Às vezes, até a sociedade mais promissora pode se perder, quase sem aviso. Escrevo aqui o que aprendi, e sigo aprendendo, ao compartilhar decisões, sonhos e, claro, dificuldades.


A importância de alinhar expectativas desde o início


Na criação de sociedades, quase sempre há muito entusiasmo. Já vivi isso: as metas parecem próximas, a confiança é mútua e a crença no sucesso é inquebrável. Mas, à medida que detalhes do dia a dia surgem, percebi que cada pessoa entende de forma diferente o tempo a ser dedicado, o dinheiro a investir, e até mesmo o ritmo do crescimento desejado.

Desalinhamentos iniciais, quando passam despercebidos, se transformam em grandes frustrações ao longo do tempo.

  • Qual valor será investido e por quem?

  • Quanto tempo cada um espera dedicar?

  • Quais as expectativas financeiras, e de prazo?

  • E se uma dessas expectativas não for atendida?

Essas perguntas, na minha experiência, devem ser tratadas logo no início. A recomendação é já separar um tempo para conversas sinceras e registrar tudo formalmente. Até hoje, vejo muitas pequenas empresas evitando documentar informalidades. Mas a estratégia acaba cara: dados de sondagem no TJ-SP mostram que 28% dos conflitos societários envolveram prejuízos diretos, especialmente financeiros, destacando a necessidade de acordos claros e mecanismos de controle.


Como criar um acordo entre sócios que funcione


Para mim, o contrato social é o primeiro passo prático. Não basta copiar modelos prontos da internet, é preciso pensar em situações possíveis e regras claras para cada uma delas. A Contsimples tem materiais sobre como elaborar contratos de sociedade que, sinceramente, recomendo consultar sempre antes de formalizar qualquer relação.

  • Distribuição de cotas: Quais critérios serão usados? Vai variar pelo capital investido ou trabalho executado?

  • Participação nos lucros: O que define a remuneração de cada sócio?

  • As regras de saída: O que acontece se algum sócio quiser sair?

  • Gestão de conflitos: Existe um mecanismo prévio, mediação, arbitragem, para desacordos?

Esse acordo será o mapa em tempos de turbulência. Pode parecer radical escrever tudo, mas, como já testemunhei, as palavras faladas voam, os papéis escritos permanecem.


Divisão de tarefas: menos intuição, mais clareza


Ao longo dos meus anos empreendendo, percebi que “cada um faz um pouco de tudo” é um dos maiores perigos na gestão compartilhada. No começo, talvez funcione. Mas, quando o volume de trabalho cresce ou surgem imprevistos, as pessoas sentem injustiça e sobrecarga.

Dividir obrigações evita embates desnecessários.

Minha dica prática é montar uma lista de atividades e detalhar quem cuida do quê. Pode ser em um quadro simples ou até aproveitando plataformas online, como a Contsimples, que facilita a troca de documentos e acompanhamento de tarefas.

  • Responsável pelo financeiro

  • Atendimento ao cliente

  • Geração de notas fiscais

  • Gestão das despesas recorrentes

Há diversas formas de organizar, e já escrevi mais sobre o tema em artigos como gestão em micro e pequenas empresas.


Conflitos: inevitáveis, mas controláveis


Tentar evitar todo conflito é ilusório. Eu já tentei, confesso. Mas cedo ou tarde, surge uma divergência, de ideias, de valores, de interesses financeiros. Dados do Conselho Regional de Contabilidade apontam que 63% dos escritórios atuaram recentemente em dissolução societária e as varas empresariais de São Paulo recebem, em média, 60 novos casos ao mês.

O segredo não está em eliminá-los, mas em saber cuidar deles sem prejudicar o negócio.

  • Combinar momentos para debater ideias sem julgamentos.

  • Registrar decisões em atas ou mensagens.

  • Separar a pessoa do problema: o embate é sobre questões da empresa, não pessoais.

Vi empresas se perderem em discussões intermináveis por detalhes no dia a dia. E, como mostra Artigo da Associação Comercial de São Paulo, conflitos mal geridos afetam desempenho, clima e até a sobrevivência do negócio.


Saída de sócios e dissolução: como não transformar em tragédia


Não gosto de pensar que uma sociedade termina, mas, na prática, já vivi isso e acompanhei muitos que passaram por situações parecidas. Pode ser por divergências, mudança de planos pessoais ou simples desgaste. Nesses momentos, o contrato ajuda, mas há fatores emocionais envolvidos.

Situações ruins são sempre piores sem um roteiro claro.

Quem define o valor das cotas? Como será feito o pagamento? Haverá tempo para adaptação de clientes e fornecedores? Quem fica com responsabilidades trabalhistas ou tributárias? Já expliquei mais sobre isso em conteúdos da Contsimples sobre capital social, porque tudo começa por aí: o quanto cada um investiu e como será retirado.

A dissolução pode ser difícil, mas existe um jeito amigável e maduro de conduzir.


Ferramentas digitais: a aliada da clareza e transparência


Confesso, nunca fui fã de planilhas complicadas. Com o passar dos anos, a tecnologia trouxe mais facilidade. Plataformas como a Contsimples aceleram processos, organizam documentos, mostram o financeiro em tempo real e permitem acesso em qualquer lugar. Já escrevi em artigos sobre gestão financeira a importância de ter dados acessíveis para sócios, sem precisar depender de “memória” ou achismos.

  • Compartilhamento seguro de relatórios e notas fiscais

  • Espaço para anexar contratos digitalizados

  • Chat integrado para dúvidas rápidas, evitando ruídos

Facilita a vida e reduz brigas causadas por esquecimentos ou interpretações diferentes. É algo que, honestamente, eu gostaria de ter adotado antes.


Crescimento compartilhado é mais rico


Não existe fórmula mágica. Em minhas tentativas, acertos e erros, percebo que a sociedade é, antes de tudo, convivência. Saber ceder, comunicar incômodos, registrar acordos e se atualizar sempre. No fim, gosto de pensar que quando sócios se respeitam, miram o mesmo objetivo e cuidam juntos do negócio, o crescimento acontece para todos.

Para ampliar suas chances de sucesso, aproveite as soluções de gestão, suporte e contabilidade online da Contsimples. Acesse nossos materiais, tire dúvidas e conheça como podemos simplificar suas rotinas e parcerias. O caminho não precisa ser solitário, ou complicado.


Perguntas frequentes sobre sociedade em pequenas empresas de serviço



Como dividir tarefas entre sócios?


O melhor é iniciar listando todas as demandas do negócio. Depois, avalie as forças e preferências de cada sócio e distribua funções conforme o perfil de cada um. Pode ser interessante definir responsáveis por setores como financeiro, vendas, operação ou marketing. De tempos em tempos, revisem juntos as responsabilidades, ajustando conforme a empresa cresce ou surgem novos desafios.


O que fazer quando há conflitos?


Primeiro, procure separar o problema das pessoas. Marque um momento para a conversa, defina regras claras para ouvir todos e busque sempre registrar por escrito a decisão tomada. Caso o impasse persista, é possível recorrer à mediação ou arbitragem, de preferência já previstas em contrato.


Como escolher um bom sócio?


Observe o histórico, valores pessoais, capacidade de diálogo e complementaridade de habilidades. Já vi parcerias promissoras naufragarem porque havia confiança, mas não sintonia nos objetivos. Faça conversas francas antes de formalizar e, se possível, esquematize um período “de teste” prático antes de dividir cotas oficialmente.


Vale a pena ter mais de um sócio?


Depende do perfil do negócio e dos sócios. Toda sociedade traz vantagens, como divisão de responsabilidades, trocas de ideia e suporte em momentos difíceis. Mas também oferece riscos: mais vozes, mais desacordos, mais chances de impasse. Se todos têm objetivos parecidos e habilidades complementares, pode ser muito positivo.


Como sair da sociedade amigavelmente?


Avise os demais sócios com antecedência e comprove sua intenção por escrito. Siga o que está acordado no contrato social, negociando valores de cotas e prazos de pagamento. Lembre-se de registrar oficialmente a alteração na Junta Comercial e comunicar fornecedores e clientes, preservando as relações e o nome da empresa.

 
 
 

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