
Como a nova reforma tributária afeta pequenas empresas de serviço
- Contsimples Contabilidade
- há 10 minutos
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Desde o anúncio da reforma tributária, vejo dúvidas crescendo entre os pequenos empresários do setor de serviços. É natural: mudanças sempre provocam receios, especialmente quando falamos de tributos no Brasil. Por isso, decidi trazer, com base nas minhas pesquisas e experiência prática com clientes da Contsimples, um panorama claro sobre os impactos concretos da nova legislação no universo das micro e pequenas empresas de serviço.
A tributação mudou, mas a busca por simplicidade nunca sai de moda.
Principais mudanças com a reforma tributária
Logo que mergulhei nos textos e nas análises técnicas da reforma, percebi um objetivo central: unificar tributos para tornar o sistema mais claro. O novo modelo substitui cinco tributos federais, estaduais e municipais pelo Imposto sobre Valor Adicionado (IVA), que se divide em CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e IBS (Imposto sobre Bens e Serviços).
Fim da cumulatividade dos tributos.
Créditos tributários mais amplos.
Adoção do princípio destino (imposto cobrado onde está o consumidor).
Desburocratização das obrigações acessórias.
Em minhas conversas com contadores e empreendedores de todo o Brasil, notei que a discussão sobre a não cumulatividade ganha destaque: será um fator decisivo nos custos finais dos serviços oferecidos, pois reduz muitos impostos em cadeia. Bernard Appy, em abril de 2025, apontou que a plena não cumulatividade vai mexer também nos contratos de longo prazo, exigindo um olhar atento de quem presta serviços com vigência futura (Appy alerta empresas).
Impactos diretos nas empresas optantes pelo Simples Nacional
Trabalhando com a Contsimples, atendo muitos clientes enquadrados no Simples Nacional, especialmente prestadores de serviços. Há uma boa notícia: o Simples Nacional será mantido para micro e pequenas empresas, inclusive MEIs. Por enquanto, não haverá integração do novo IVA ao Simples, mas a reforma já prevê discussões futuras sobre possíveis mudanças nesse regime.
Existe uma preocupação sobre possível aumento da carga tributária para alguns serviços, mas vale analisar caso a caso. Serviços com folha de pagamento elevada, por exemplo, podem ser mais afetados, enquanto atividades com insumos relevantes devem se beneficiar dos créditos mais amplos. E, claro, a simplificação de obrigações acessórias promete aliviar o tempo gasto com burocracias fiscais, algo que todo cliente da Contsimples valoriza muito.
Regime de apuração: créditos e compensações
Uma das mudanças que considero mais impactantes é a melhor sistemática de apuração de créditos tributários, principalmente para quem contrata serviços e compra insumos. Tudo passa a ser não cumulativo: o imposto pago numa etapa vira crédito na etapa seguinte, reduzindo o efeito “cascata”. Isso influenciará consideravelmente empresas que contratam muitos fornecedores.
Para quem exporta, a notícia é animadora. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e a Fazenda afirmaram que estão estudando ampliar a restituição dos tributos para micro e pequenas empresas exportadoras. No Brasil, 11,5 mil dessas empresas já exportam, e há planos de elevar o crédito que hoje é de apenas 0,1% da receita (MDIC realiza estudos para restituição maior).
Transição e adaptação
Não se trata de uma mudança que acontece de um dia para o outro. Segundo a reforma, a transição será feita de forma escalonada e só se concretiza totalmente em 2033, com períodos de testes e adaptação a partir de 2026. Isso exige planejamento: contratos longos, acordos com fornecedores e objetivos de crescimento já precisam considerar as regras novas.
Em junho de 2025, Bernard Appy destacou a necessidade urgente de as empresas adotarem novas práticas e se prepararem para a transição (novo sistema de tributação do consumo). Na minha experiência, quem começa antes sente menos o peso da adaptação.
Planejamento é o melhor antídoto para surpresas desagradáveis.
Exportação de serviços: um cenário mais favorável
A reforma trouxe incentivos diretos para as pequenas empresas que atuam no comércio exterior. Entre os principais impactos positivos, destaco:
Fim da cumulatividade nos tributos sobre exportação.
Imunidade tributária para serviços exportados.
Restituição facilitada de créditos acumulados.
Menos burocracia na rotina do exportador.
Segundo dados divulgados pelo MDIC, o Brasil exportou cerca de US$ 67 bilhões ao abrigo do Regime Aduaneiro Especial no ano de 2024 (MDIC destaca impactos positivos). Para as micro e pequenas empresas, a restituição pode chegar a 3% da receita das vendas externas, valor que passa a ser compensado com tributos federais ou ressarcido diretamente (projeto beneficia exportadores).
Estratégias para manter a saúde financeira e crescer
Se tem uma lição que passo aos meus clientes é: mapa tributário em dia é oportunidade, não fardo. O planejamento tributário correto pode diminuir riscos, evitar autuações e abrir espaço para investimentos.
Entre as principais estratégias, destaco:
Acompanhar atualizações nos regimes de tributação, principalmente para MEIs e microempresas.
Analisar a folha de pagamento e o perfil das despesas do negócio.
Antecipar possíveis variações de carga tributária em simulações realistas.
Explorar linhas de restituição de crédito, especialmente para quem exporta.
Buscar orientação confiável para contratos de médio e longo prazo.
Na categoria de microempresa do blog da Contsimples, publico análises detalhadas sobre impactos da tributação. Outro conteúdo relevante, para as MEIs, pode ser encontrado em nosso espaço dedicado aos microempreendedores.
Como escolher o melhor regime e planejar o futuro
Com a transição desenhada pela reforma, alguns negócios podem encontrar vantagens migrando para regimes distintos. Avalio frequentemente com clientes quando é mais interessante atuar como profissional liberal, no Simples Nacional ou em outro enquadramento. Uma leitura sugerida: como escolher o enquadramento de empresas.
O Simples pode ainda ser a escolha ideal, mas algumas atividades de serviços podem ganhar competitividade revendo a estratégia. Em serviços muito especializados, a análise individual é ainda mais relevante. Esse é um tema que discuto bastante em profissional liberal ou Simples Nacional.
Agora, mais do que nunca, conhecer o seu negócio é conhecer seu regime tributário.
Conclusão
Depois de analisar detalhes, impactos e cenários, vejo a reforma como um divisor de águas. As mudanças vêm para simplificar obrigações, mas cada empresa de serviço deve analisar seu perfil de custos, contratos e potencial exportador para aproveitar oportunidades e se prevenir de riscos. Não espere o prazo final: comece hoje a mapear sua realidade, busque orientação atualizada e tire suas dúvidas para seguir crescendo de maneira segura – é aqui que a Contsimples pode te ajudar com conhecimento, experiência e acompanhamento próximo. Aproveite nossa tecnologia e equipe pronta para te apoiar neste novo momento tributário.
Perguntas frequentes sobre a reforma tributária e pequenas empresas de serviço
O que muda para pequenas empresas de serviço?
No curto prazo, a principal mudança é a simplificação do sistema tributário federal, estadual e municipal, com o fim da cumulatividade e regras mais simples para compensação de créditos. Para quem está no Simples Nacional, as regras seguem iguais, mas haverá mais integração e facilidades à medida que a transição avançar. O regime de não cumulatividade pode beneficiar empresas que compram insumos ou contratam outros serviços.
Como calcular os novos impostos?
O cálculo será feito com base na alíquota total do IVA (CBS + IBS) praticada para o serviço. Será permitido aproveitar créditos de impostos pagos em etapas anteriores da cadeia. Para empresas do Simples, nada muda neste momento. Já para fora do Simples, será necessário adaptar o sistema de emissão de notas e acompanhamento de créditos e débitos tributários.
A reforma aumenta a carga tributária?
O efeito depende do perfil do serviço prestado. Alguns segmentos com alta folha de pagamento podem ver aumento de carga, enquanto serviços que consomem muitos insumos tendem a pagar menos impostos graças aos créditos tributários. É importante, porém, analisar caso a caso, inclusive reevaluando contratos e fornecedores.
Quais setores mais serão impactados?
Os setores de serviços intensivos em mão de obra, como consultorias, tecnologia da informação e advocacia, podem sentir impacto maior. Empresas que exportam serviços, graças à imunidade tributária e restituição facilitada, serão beneficiadas. Setores que dependem de muitos fornecedores ou insumos poderão aproveitar crédito mais amplo.
Como se adaptar às novas regras?
A chave está em planejamento. É essencial revisar contratos, simular cenários tributários, manter-se informado pelas mudanças e contar com apoio especializado. Com o suporte digital e humano como o da Contsimples, a adaptação tende a ser mais simples e segura.













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